Diabetes - Os enfermeiros fazem a diferença

A educação terapêutica na diabetes, na qual a enfermagem tem um papel fundamental, em parceria com as pessoas com diabetes e familiares e os outros profissionais de saúde da equipa multidisciplinar, é um processo facilitador na promoção de melhores cuidados às pessoas com diabetes, de modo a otimizarem a sua vida com a diabetes em termos da melhoria da auto gestão, bem-estar e qualidade de vida.

Os enfermeiros desempenham um papel fundamental nos cuidados, no apoio, na educação, na relação terapêutica e na capacitação da pessoa com diabetes, como agentes facilitadores de mudanças de comportamento e adoção de estilos de vida saudável.

A consulta de enfermagem permite uma relação de proximidade com o utente diabético: conhecer a pessoa e a vida da pessoa, perceber como é a rotina dessa pessoa, que apoios e que suportes tem, que dúvidas, para que, ajudando a otimizar esses recursos, possa controlar o melhor possível a doença. Porque o controlo não se faz apenas com medicação. Na diabetes a medicação é apenas um dos parâmetros.

Conhecer a diabetes...

A diabetes é uma doença que resulta de uma deficiente capacidade de utilização da nossa principal fonte de energia - a glucose. Os alimentos que ingerimos são transformados em glucose no nosso aparelho digestivo. Esta, depois de absorvida, entra na circulação sanguínea e está disponível para as células a utilizarem.Para que a glucose possa ser utilizada como fonte de energia, é necessária uma hormona designada de insulina que é produzida nas células ß dos ilhéus de Langerhans do pâncreas. A insulina é o que permite a entrada da glucose nas células para poder ser armazenada e utilizada quando é necessário. Sem ela a glucose não entra nas células acumulando-se no sangue (hiperglicémia) e, quando ultrapassa um certo limite (180mg de açúcar por cada decilitro de sangue), começa a ser eliminado pela urina (glicosúria).

Valores de glicemias

As pessoas sem diabetes devem ter uma glicemia entre 80 e 110 mg/dl antes das refeições e até 140 mg/dl depois das refeições.

Hiperglicemia

Quando de repente deixa de existir insulina no organismo (Diabetes Tipo 1) ou quando existe em quantidade insuficiente, ou não consegue actuar (Diabetes Tipo 2), o açúcar acumula-se no sangue (provocando hiperglicemia) em vez de entrar nas células do organismo, para dar a energia necessária para o dia a dia. Nesta situação de hiperglicemia, para além da falta de forças, as pessoas perdem peso entre outros sintomas:

  • Urinar em grande quantidade e mais vezes
  • Ter sede constante e intensa
  • Sensação de boca seca
  • Fome constante e difícil de saciar
  • Cansaço
  • Comichão no corpo (sobretudo ao nível dos órgãos genitais)
  • Visão turva

Hipoglicemia

Geralmente ocorre em pessoas com diabetes que utilizam fármacos para baixar os níveis de açúcar no sangue, seja insulina ou comprimidos (antidiabéticos orais). Esta situação pode acontecer essencialmente por três motivos (isolados ou em conjunto): toma excessiva/incorreta da medicação, jejum prolongado ou refeições sem alimentos ricos em hidratos de carbono e exercício físico exagerado ou não programado.

A hipoglicemia corresponde a valores de glicemia iguais ou inferiores a 70mg/dl.

Os sintomas da hipoglicemia podem ser:

  • visão turva
  • fraqueza
  • tonturas
  • náuseas
  • sensação de fome (vontade extrema de comer tudo)
  • dor de cabeça
  • tremores
  • suores frios
  • palpitações cardíacas
  • palidez
  • ansiedade/irritabilidade.

Convém referir que apenas alguns destes podem estar presentes consoante a gravidade da hipoglicemia, podendo variar de pessoa para pessoa.

No entanto, em situação de hipoglicemia grave os sintomas podem ser:

  • confusão mental
  • amnésia
  • desmaio
  • convulsões
  • coma

Tipos de Diabetes

Diabetes tipo 1

As células ß do pâncreas deixam de produzir insulina devido a uma destruição maciça cuja causa ainda não é conhecida. Contudo, sabe-se que é o próprio sistema de defesa do organismo (sistema imunitário) do diabético que ataca e destrói as suas células ß (processo auto-imune);

O pâncreas deixa de produzir insulina, como resultado, as células do organismo não conseguem absorver do sangue o açúcar de que precisam;

Este tipo de diabetes começa geralmente na infância ou na juventude, podendo também aparecer em adultos e até em idosos;

A causa desta diabetes é a falta de insulina, não estando directamente relacionada com hábitos de vida ou de alimentação errados, ao contrário do que acontece na diabetes tipo 2.

Diabetes tipo 2

O pâncreas é capaz de produzir insulina (por vezes até demais), contudo, a alimentação incorrecta e a vida sedentária, com pouco ou nenhum exercício físico, tornam o organismo resistente à sua acção (insulino-resistência), obrigando o pâncreas a trabalhar mais até que a insulina que produz deixa de ser suficiente;

O excesso de gordura, sobretudo abdominal, contribui para esta insulino-resistência e, consequentemente, para o aumento da glicemia sendo que eliminando alguns factores de risco é possível melhorar o controlo da diabetes;

Pode ser necessário o tratamento com insulina, mas em geral trata-se com comprimidos (anti-diabéticos orais), dieta e exercício físico;

Ocorre com mais frequência em adultos/idosos mas devido aos maus hábitos de vida esta é cada vez mais presente também nos jovens e até em crianças;

Diabetes gestacional

Ocorre durante a gravidez. Esta forma de diabetes surge em grávidas que não tinham diabetes antes da gravidez e, habitualmente, desaparece quando esta termina;

Terão maior probabilidade de vir a ter diabetes tipo 2 mais tarde se não forem tomadas medidas de prevenção;

Ocorre em cerca de 1 em cada 20 grávidas e, se não for detectada através de análises e a hiperglicemia corrigida com dieta e, por vezes com insulina, a gravidez pode complicar-se para a mãe e para a criança. São vulgares os bebés com mais de 4 Kg à nascença e a necessidade de cesariana na altura do parto. Podem, por exemplo ocorrer abortos espontâneos.

Causas

As causas são ainda hoje desconhecidas mas existem factores de risco associados ao aparecimento da doença:

  • Excesso de peso e obesidade
  • Ingestão de açúcar e gordura em excesso
  • Sedentarismo
  • História familiar e herança genética
  • Idade
  • Stress
  • Alcoolismo
  • Pré-Diabetes
  • HTA
  • Diabetes gestacional prévia
  • História de doença cardiovascular prévia
  • Prevenção

    A prevenção da Diabetes, para quem tem um ou vários destes fatores de risco mas não tem ainda o diagnóstico da doença, passa por adotar um estilo de vida mais saudável e consultar o médico, fazendo exames regulares de diagnóstico.

    Para quem tem o diagnóstico de diabetes, a prevenção também é um fator importante para o controlo da doença e para uma maior qualidade de vida.

    A prevenção passa por alguns pontos-chave, fundamentais para ter uma vida mais saudável:

    • Entender a diabetes
    • Adotar uma vida saudável:
      • uma alimentação equilibrada
      • praticar exercício físico regularmente
    • Controlar a diabetes:
      • monitorizando periodicamente os níveis de glicemia no sangue
      • tomando a medicação quando prescrita pelo médico

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito através dos sintomas que a pessoa manifesta e é confirmado com análises de sangue. Outras vezes podem não existir sintomas e o diagnóstico ser feito em exames realizados por outra causa.

    A diabetes confirma-se quando a glicemia em jejum, realizada em laboratório é > ou = 126mg/dl em duas ocasiões diferentes. Quando o valor está entre 110 e 125mg/dl, considera-se que existe uma glucose anormal em jejum, muitas vezes designada de pré-diabetes.Abaixo de 109mg/dl considera-se um valor normal.

    Em qualquer altura ou circunstância uma glicemia capilar = ou > a 200mg/dl pode por si só diagnosticar diabetes.

    "Viver em equilíbrio é prevenir a diabetes"

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