Novas tecnologias e o tempo de ecrã

Hoje em dia é banal distrair as crianças com ecrãs (telemóvel, tablet, televisão, consola) quer seja à hora da refeição, no supermercado ou na viagem de carro.
Vivemos no mundo da era digital. Hoje em dia é banal distrair as crianças com ecrãs. Televisão, computadores, Internet, smartphones, videojogos e redes sociais entram no léxico e na vivência das crianças desde muito cedo. Neste contacto, reconhecem-se riscos mas também benefícios. A exposição a novas ideias, a aquisição de conhecimentos, a oportunidade de contacto social e de obtenção de suporte são benefícios reconhecidos. Contudo, o uso excessivo de ecrãs está associado a um desenvolvimento deficitário de capacidades físicas e cognitivas e que contribui para a obesidade, problemas de sono, depressão e ansiedade em idade pediátrica.
Impacto negativo da exposição excessiva à tecnologia:

- Impulsividade e diminuição do autocontrolo (que resultam, normalmente, em birras
- Diminuição da concentração e da memória
- Défice de atenção
- Atrasos cognitivos
- Dificuldades de aprendizagem
- Obesidade
- Privação do sono
- Problemas de Visão
- Dores de cabeça
- Dores de coluna
- Depressão infantil
- Ansiedade
- Dificuldades de relacionamento
- Agressividade
- Dependência

É preciso estabelecer limites!
A Academia Americana de Pediatria alerta para o facto de que por cada hora que uma criança passa em frente ao ecrã perde cerca de 50 minutos de interação com os pais.
Em 2016 e, novamente, em 2018, a Associação Americana de Pediatria divulgou recomendações para o correto uso de ecrãs:
- O tempo de ecrã não deve ser um tempo sozinho. Deve haver um acompanhamento na visualização dos conteúdos, ajudando a criança a interpretar o que vê.
- Abaixo dos 18 meses o tempo de ecrãs deve ser zero! Entre os 18 e os 24 meses pode ser introduzido conteúdo educativo.
- Entre os 24 meses e os cinco anos, o tempo de ecrã deve estar limitado a uma hora diária.
- Em idade escolar devem ser estabelecidos limites de tempo e tipo de programas permitidos, para que haja um equilíbrio entre o tempo de ecrãs e outras atividades.
- É normal que os adolescentes utilizem redes sociais. Estas muitas vezes servem de suporte emocional e são onde eles descobrem mais sobre o seu lugar no mundo. No entanto, é importante saber se os comportamentos do adolescente são adequados (online e no mundo real) e relembrá-los que as definições de privacidade não tornam os conteúdos realmente privados e o que partilham passa a fazer parte da sua pegada digital.
- Devem ser definidos, em família, tempos sem ecrã que devem ser comuns a todos os membros da família. É importante ser um modelo a seguir, dar o exemplo!
- As atividades sem ecrãs, com interações cara a cara, tempo em família, exercício e brincadeiras no exterior devem ser predominantes na vida da criança. Este tempo de brincadeira livre promove a criatividade e o desenvolvimento psicomotor.
- A televisão e outros media devem ser desligados enquanto as crianças brincam, para que não haja distrações no processo criativo da brincadeira livre.
- O uso da tecnologia como um brinquedo para calar não é correto. As crianças devem desenvolver mecanismos de autorregulação e aprender a lidar com a frustração. Tente conversar sobre formas de resolver o problema, inventar alternativas para evitar o aborrecimento, acalmá-los e descobrir outras estratégias para canalizar as emoções.
- É muito importante ter a certeza que os ecrãs não retiram tempo ao sono, à atividade física ou a outros comportamentos essenciais a um estilo de vida saudável.



É fundamental estimular as crianças e os jovens a praticarem atividades físicas, preferencialmente ao ar livre, e a conviverem face a face com os seus pares, pois só deste modo poderão tornar-se adultos equilibrados e felizes.
Fonte: Sociedade Portuguesa de Pediatria; Artigo publicado na revista Pais&Alunos; Fotos retiradas do Google Imagens